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Pela Internet #9

O Verão por aqui tem sido bom. É diferente mas bom. Não há pés na areia, Santos Populares, sardinhas e caracóis. Não há noite que fervem nem festivais de Verão. Não esplanadas cheia e imperiais nos moradouros. Mas há muito para fazer, ver e descobrir. Há parques cheios, há mercados de comida e bebida por todo o lado. Há Londres cheia de turistas e com uma luz quase tão bonita como a de Lisboa. Um dia de sol em Londres é como uma dádiva do universo.
Este foi o primeiro Verão em 14 anos que não tive férias de Verão. É bem verdade que há 2 anos seguidos que não passo o Verão a trabalhar mas também não estive de férias. Mas não tenho do que me queixar. Há sol, há saúde e há dinheiro para o que é preciso e isso tudo combinado é muito mais do que podemos pedir.
De qualquer forma não vim aqui falar do tempo. O mundo está do avesso e há dias que me perco com tanta informação. O que me alegra é ter a certeza que apesar de tudo o que se passa neste nosso mundo ainda há muita coisa boa para ver, ler, ouvir e obviamente partilhar.
Há quem acumule coisas e eu acumulo textos e artigos para ler. Assim como livros.
Vou clicando em salvar em tudo aquilo que me interessa e depois vejo-me grega para arranjar tempo para ler tudo e manter-me informada.
Ao longo das últimas semanas ou talvez meses guardei alguns links que andavam a circular pela internet. Hoje, feriado por aqui em terras de sua majestade, me dediquei a ler alguns e achei que valiam tanto a pena que tive que vir aqui partilhar as minhas leituras.

Espero que gostem :)

Aquele abraço

Every Vote Counts

A powerful speech

On being a feminist

Photographing the real Barack Obama

Agosto, águas mil.

É sempre nos momentos mais bizarros que descobrimos que em algum momento a nossa vida mudou, que não somos mais os mesmos, que algures no tempo e espaço a ordem das coisas mudou e que por mais que isso te possa incomodar, simplesmente não incomoda mais.

Não fiquem já preocupados que este texto é única e simplesmente sobre o o tema de conversa mais recorrente em Inglaterra. O tempo.

Agosto sempre foi para mim, o mês de Verão, o mês das férias, o mês da praia, o mês dos festivais. O mês pelo qual se espera para ter dias mais longos e noites mais quentes.

Agosto chegou em Inglaterra com chuva. Promessa de uma semana completa de chuva, temperaturas mais baixas e dias muito cinzentos.

Quando decidi mudar falamos muito sobre o tempo. Preparei-me mentalmente para isto e tinha a certeza que seria ultrapassável. Sempre gostei de praia, de calor, de dias intermináveis. Mas de alguma forma convenci-me que o tempo não podia  influenciar o meu dia a dia. Não queria, aos 34 anos, estar a tomar decisões baseadas no tempo. Se chove ou não chove.  E incrivelmente estava certa.

Por mais que queira dizer mal deste tempo, não consigo. É bom, é acolhedor e chega a ser reconfortante quando ouvimos falar das florestas a arder por todo lado e das ondas de calor que chegam a matar. É típico e faz parte da viagem.

Descobrir que algures no tempo o meu corpo e a minha mente se juntaram para me deixar confortável com o mundo à minha volta. É estranho e ao mesmo tempo assustador. A ideia que conseguimos nos mentalizar e habituar a tudo é tão boa quanto estranha.

Mas não deixa de ser uma forma do universo nos mostrar o caminho, nem seja simplesmente o tornando um bocadinho mais fácil do que pensavamos que seria.