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Fim de semana #2

O Domingo está quase a acabar e eu estou de pijama, no sofá, a beber um chá e a escrever este post. 

O fim de semana começou cedo jantarzinho italiano com as minhas colegas de trabalho. 

Sábado choveu praticamente o dia todo mas como o ser humano se habitua a tudo a chuva já não me incomoda muito e então foi dia de almoçar fora, passear pelas ruas e aproveitar os saldos. 

O Domingo amanheceu bonito, cheio de sol, mas aos poucos foi escurecendo e depois das tarefas habituais voltei para casa para um almocinho delicia (comida de mãe!!) e tenho estado por aqui um pouco de livro na mão (The Postman's Fiancée de Denis Thériault), um pouco pela internet. 

Definitivamente e contra todas as expectativas parece que já não teremos muitos dias quentes por terras de sua majestade. Um pouco chato, mas não se pode ter tudo. 

Agora é relaxar e que a semana seja a melhor possível :) 


A que custo?

"The True Cost" é um dos documentários mais impactantes que vi até hoje. 

Não sei nem por onde começar. A única coisa que se repete dentro da minha cabeça vezes sem conta é: está tudo errado. 

Se ainda não ouviram falar deste documentário, ele fala sobre o verdadeiro custo da nossa sede de consumo. Fala sobre a economia, sobre os mercados e sobre a exploração. 

Quem ganha? Quem perde? Seremos realmente felizes com tudo o que temos? Estamos a criar os nossos filhos com os valores certos? Tudo isso é muito questionável sempre mas isto não é novo, está aí todos os dias, na nossa frente. 

Foram tantas as perguntas que ecoaram na minha cabeça que ainda me sinto atordoada. Atordoada e culpada por fazer parte deste lote de jovens adultos que consomem de tudo um pouco sem pensar em como aquela peça chegou até nós. 

Pode até nem parecer muito importante, afinal o mundo tem que girar, a economia tem que mexer e cada um tem o seu lugar nesta pirâmide. Será mesmo? Estamos mesmo 100% cientes das consequências dos nossos atos?  

Há já algum tempo que penso sobre estas questões e como já partilhei por aqui tenho vindo aos poucos a tentar mudar a minha forma de consumo. 


O assunto é polêmico e meio controverso porque envolve muitos assuntos paralelos como acessibilidade e inclusão. As roupas sustentáveis são bastante mais caras e não chegamos ainda nesse patamar de igualdade na sociedade que vivemos. 

Há já há alguns meses que não compro nada na Zara. Depois dos escândalos relacionados com escravatura, não dá para ficar indiferente. Mas comprei há pouco tempo algumas coisas na H&M, da conscious collection. 

Fiquei surpreendida quando vi que a H&M é bastante massacrada no documentário por ser uma das marcas fast fashion que mais produz na Ásia. 

De qualquer forma, essa questão do consumo consciente é algo que ainda tenho q trabalhar muito em mim. 

Sempre gostei de moda, sempre gostei de comprar roupa, sapato, acessórios. Procuro cada vez mais me policiar quando o desejo de consumo é infantil ou desnecessário. Lá chegarei. 

E este documentário é uma chapada sem mãos. Uma realidade chocante, triste, assustadora, que mora mesmo ao nosso lado e pior, para a qual estamos a contribuir, todos os dias. 

Vejam e pensem. É preciso agir. Nem que seja pouco, é preciso começar por algum lado. 




Fim de semana #1

Gostei deste formato e talvez faça dele um hábito por aqui! 

Este fim de semana começou na quarta-feira com a visita de um amigo e se prolongou pelos dias seguintes. 

Sexta-feira foi dia de pub ao final do dia e sábado foi dia de passeio, como sempre. 

Aproveitei também este fim de semana para descansar e ver 1 documentário que estava na minha lista. 

Falo dele mais tarde por aqui! 

Boa semana :) 



Life update

Já regressei das férias há algumas semanas mas ainda temos algumas reflexōes que gostaria de partilhar. 

Passei 2 semanas em Portugal. Fiz 36 anos por lá. Apanhei temperaturas de quase 40 graus e cheguei ao fim das férias com saudades de Inglaterra. 

Descobri então que viver em Inglaterra não é para todos. Comi o que tinha vontade, fui aos Santos Populares, vi uma das minha melhores amigas grávida da primeira filha, vi os meus meninos tão crescidos, bebi cerveja, fui a praia, morri de calor e mesmo assim voltei para Inglaterra com vontade de voltar. 

Cheguei a Inglaterra há 1 ano e 10 meses e sempre que me perguntam sobre a minha vida aqui não consigo encontrar uma coisa má para contar. 

Chegamos em Setembro e em Outubro eu já estava a trabalhar, o primeiro Inverno foi super tranquilo e o Natal uma delícia. 

Em Novembro alugamos o primeiro apartamento e moramos nele até hoje. Aos poucos compramos sofá, montamos uma cozinha e outras coisas que eram necessárias. 

Voltamos a Portugal 2 vezes em menos de 1 ano e não tive vontade de ficar. Tenho muitas saudades de várias coisas que ficaram para trás mas a internet é um veículo mais que poderoso e ainda que não seja a mesma coisa só perdemos o contacto se quisermos. 

As coisas em Inglaterra não são mais caras e os salários são mais altos. A equação aqui é fácil de resolver. 

Moro numa cidade bonita, organizada, tenho acesso a tudo que preciso. Vou a pé para o trabalho e não houve até hoje um único dia que me tenha arrependido de ter vindo para cá. E isto não é um exagero da minha parte. 

Não houve de facto nenhum dia em que tenha pensado sequer que talvez deveria ter me deixado estar. 

Este tem sido o meu discurso desde sempre para todos aqueles que me rodeiam. Até mesmo para o meus amigos/colegas ingleses que não entendem como prefiro o frio e a chuva de Inglaterra ao calor e às esplanadas de Portugal. 

Aos poucos entendi que o meu erro tem sido usar a minha experiência como base ou referência para as experiências dos outros e com isso não entender que cada caso é um caso é cada pessoa é uma pessoa. 

E Inglaterra não é um mar de rosas. Há coisas difíceis, cansativas, extenuantes. Eu agora entendo isso melhor do que há 1 ano atrás. 

Quando decidimos mudar, de forma tão radical, é preciso mais do que um desejo profundo de mudança. É preciso sermos a própria mudança e sermos o próprio veículo para que essa mudança aconteça. 

Não existe espaço para uma vida glamourosa, cheia de passeios turísticos e muitas fotos no Instagram. Mas existe espaço para uma vida que é nossa. Que foi construída do nada, num país onde a língua não é a mesma, onde não há cunhas para encontrar trabalho e onde tudo o que vemos e descobrimos é por nossa conta e responsabilidade. 

Não é fácil e a responsabilidade é grande. Mas com alguma calma e paciência é possível. 

Aqui, descobri que menos é mais. Tenho menos roupa e menos sapatos e também menos medos. Depois de uma mudança tão grande, sei que tudo vai dar certo. 

Tenho também mais planos para o futuro e mais certezas sobre o caminho quero traçar, principalmente profissionalmente. Aprende-se muito por aqui. 

Reconheço que não é fácil fazer amizades ou construir laços fortes. Não é fácil se sentir em casa. Mas é possível. É preciso nos mantermos abertos para essa possibilidade e é também preciso aceitar os outros como eles são. 

Voltar para trás nunca foi uma opção, o caminho agora é sempre para frente. 

O assunto é batido mas em tempos mais difíceis vale sempre lembrar o caminho percorrido. Temos sempre a tendência a desvalorizar as nossas pequenas vitórias e nunca deveríamos fazê-lo.

Que este texto sirva exatamente para isso.


Fins de semana

O meu fim de semana começou na sexta feira, com jantar num lugar incrível com os meus colegas de trabalho. Muito sol, muito calor, muito ginger ale e planos para Julho. 

Sábado aproveitamos o dia para passear pela cidade e apreciar o movimento. Guildford é a cidade perfeita para isso. 

O Domingo foi bem calmo, sem grandes planos. Uma cervejinha no final do dia e muito descanso. 

Afinal, descansar também é preciso para enfrentar mais uma semana. 

Espero que vosso fim de semana tenha sido tão bom quanto o nosso por aqui. 





Minimalismo

Ontem estava cansada e sem grande inspiração. Abri o Netflix à procura de inspiração. Encontrei este documentário nos items recomendados. Já tinha ouvido falar e achei que podia valer a pena. 

Está história do minimalismo tem muito que se lhe diga, o que é pouco para uns pode não ser para outros e pode criar uma discussão um pouco ingrata porque é difícil chegar a algum lugar. A alguma conclusão. Pelo menos no que diz respeito a bens materiais. 

O que é ter muitos sapatos? Ou muita roupa? Poderemos todos dar mais atenção à qualidade em vez da quantidade? Já pesquisei muito sobre o assunto e a verdade é que tudo que é sustentável é caro e talvez um pouco inacessível para muitos. É uma discussão válida. Que vale a pena ter. 

Aquilo que mais me impressionou no documentário é a forma como eles se colocam perante a vida. Eles e todos aqueles que dão o seu testemunho como contributo para este novo conceito. 

A pergunta: "Isto acrescenta algo à minha vida?" deveria sem dúvida ser feita mais vezes. Pelo menos é isso que sinto. 

Desde que vim para Inglaterra gosto de pensar que me tornei um pouco minimalista. Nada de extremos. Nada que valha a pena espalhar por aí. Mas vivo num espaço menor, tenho menos roupas, menos sapatos, menos livros. Tenho sobretudo menos necessidade de ter coisas. E vivo bem com isso. Sem a normal ansiedade gerado pelo desejo do consumo. 

Tenho mais olhos para o me rodeia. Tenho mais desejo de ser diferente da massa. Acho que sempre tive mas mudar de país é um abrir de olhos gigantesco para tudo que nos rodeia e para tudo que se passa por esse mundo afora. 

O documentário vale muito a pena. Foca naquilo que é essencial, faz as perguntas certas e coloca a dúvida na nossa cabeça. 

Vejam, não se arrependerão.