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Do mundo

Nasci em Campinas, no interior de São Paulo e desde então vivi em São Paulo, Rio de Janeiro, Lisboa e agora Londres. 

Quando mudamos tantas vezes de lugar, começamos a sentir que não pertencemos a lugar nenhum. 

É uma sensação estranha para ser sincera. Alguns podem pensar que é super engraçado, ser cidadão do mundo e outros podem achar que é triste, não sentir que se pertence a um lugar. 

Eu digo que não é nem alegre nem triste. É só diferente. É claro que a maneira como lidamos com isso é que vai de alguma maneira determinar como nos sentimos. 

Eu acho que consegui tirar o melhor proveito dessa grande limonada açucarada que tem sido o meu caminho. 

Todos os lugares por onde passei tem um cantinho muito especial no meu coração.

Mas sempre, inevitavelmente me perguntam se sou mais brasileira ou mais portuguesa e até se gosto mais daqui agora do que dos outros lugares onde já vivi. 

E há dias que tenho dúvidas. Dias que não sei bem o que pensar. 

Porque nada é tão gostoso quanto chá, livros e um cobertor quentinho. O frio lá fora, a neve, o aconchego do lar.

E nada é tão gostoso quanto chinelos no dedo, sol, samba e Carnaval. Dias longos, um pôr do sol cinematográfico e pessoas de sempre. 

Nada é tão gostoso quanto conhecer outros lugares e falar outras línguas.

Talvez eu seja muitas ao mesmo tempo. 

Talvez eu seja mesmo do mundo. 

O que só me faz viver de saudades. 

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