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Partilhas.

No outro dia li um artigo online sobre o mundo de hoje, Facebook, Instagram, excesso de partilha, a banalização de tudo que fazemos. Falava também dos novos tipos de violência que surgiram com esta nova era cheia de tecnologias. É assustador. 

Havia vários lados da mesma história, o que é sempre bom num artigo de opinião mas a verdade é que neste momento sinto que se correr o bicho pega e se ficar o bicho come. 

Ou seja, onde está a linha que separa a partilha do excesso? Onde estão as regras? Tornou-se uma questão demasiado importante o comportamento virtual. Sou uma pessoa totalmente a favor de que cada um deve fazer aquilo que entende. O que não é bom é envolver outras pessoas nisso. Sou a favor da partilha mas não da exposição. Não sei se isso faz algum sentido. 

O que me faz ficar apreensiva é que com esta nova geração que só conhece as redes sociais, gerou-se uma onda de julgamentos excessiva. 

E aqui é que está a questão que me intriga. Não podemos ser óbvios, temos que ser constantemente criativos, originais, pensar fora da caixa. Acredito piamente que o estímulo deve existir sempre, que sermos melhor do que já somos deve ser sempre uma meta. Mas existe uma pressão que flutua sobre todos nós e que nos leva a reacções diferentes e que nem sempre são as melhores. 

Precisamos ter mais  calma com os padrões de normalidade não acham? Não somos todos criativos, originais, não temos os mesmo estímulos, nem as mesmas oportunidades. Não podemos ser todos iguais e o pior é que mesmo se fossêmos estaria sempre alguém de fora pronto a contestar. 

Não basta termos que ser os melhores na vida real. Parece que agora até isso só vale se devidamente fotografado para o Instagram e partilhado no Facebook. 

Por isso deixem as pessoas postarem os pés na areia quando chega o Verão, um pôr do sol quando viajam ou sushi quando estão a jantar fora. Afinal de contas, as memórias são de quem posta e não de quem está a ver. Ou pelo menos assim deveria ser. 

No fundo, a única coisa que quero dizer é que julgar está fora de moda, não tem graça. Não somos todos iguais, não gostamos todos do mesmo. O bom mesmo é aceitar as diferenças, aprender com elas e desencanar. 

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