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Inspirar

Hoje venho vos falar de inspiração. 

Muitas vezes me perguntam onde descobri um restaurante, onde comprei determinada peça de roupa ou como descobri alguma revista específica. 

A minha resposta é sempre a mesma: internet, revistas e muita curiosidade. 

Sou daquelas pessoas que parecem que estão só a procrastinar mas na realidade o meu vício é absorver toda e qualquer informação minimamente pertinente que se atravessa no meu caminho. 

Todos nós temos qualquer coisa para oferecer ao mundo. Todos nós temos coisas para ensinar e para aprender. 

O melhor que temos a fazer é observar o que está a nossa volta e tudo aquilo que nos chama a atenção e com a qual nos identificamos devemos reter.

Seja uma peça de roupa, uma música, um livro ou mesmo uma atitude. 

A minha memória visual é bastante boa por isso mesmo revistas, livros e o Pinterest são as minhas maiores fontes de inspiração. 

Estou num momento em que sinto a necessidade de reinventar o meu estilo e a forma como me expresso através da roupa e por isso nunca me canso de procurar imagens para o meu mood board. 

Londres é um misto de gente, de cores, de culturas, de coisas novas, de tradições e de tantas outras coisas que tem esse efeito em mim. 

Mudar pode sim ser sinônimo de evoluir e essa é uma jornada que não acaba nunca. Logo, a minha fonte de inspiração está sempre a ser alimentada por tudo que passa por mim. 

Sinto que arrumar as roupas é um pouco como arrumar a vida. 

Reciclar, reduzir, rever, reajustar, doar. 

O caminho pode ser longo mas é sem dúvida prazeroso e muito divertido. 


Girlboss

Missão dada, missão cumprida. 13 episódios em 2 dias. 

Eu já sei que depois desde fim de semana a internet inteira vai falar sobre esta série, mas é a vida e a verdade é que Sophia, apesar de todos os percalços, chegou lá. Porque? Porque desistir não era uma opção. 

Sophia teve visão, teve coragem e colocou os seus sonhos acima de tudo. 

Aqui vos deixo as minhas razões para ver esta série:

É uma história baseada numa história real, logo vale a pena conferir.

São Francisco. Já quero conhecer, já imagino as fotos que quero tirar, já me apaixonei pela cidade. 

Se são empreendedores, muitas dicas para quem quer começar o seu próprio negócio.

Se gostam de moda, dispensa comentários. 

A mensagem está lá desde o primeiro episódio: Desistir não é uma opção. Bons amigos é tudo nessa vida. Mente aberta só nos traz coisas boas. 




O livro que todos devemos ler

Parece meio estranho mas esta história já me acompanha há algum tempo.

Acompanho o blog A Cup of Jo há anos e é um dos meus blogs preferidos. A Joanna escreve bem e é sempre muito certeira nos temas que escolhe partilhar. 

Por vezes, as suas histórias pessoais, são partilhadas no seu blog de forma sublime e é impossível não se sentir acarinhado pelas suas palavras. 

"When Breath becomes Air" é um livro escrito por Paul Kalanithi, um neurocirurgião de 36 anos que é confrontado com cancro de pulmão inoperável. Paul era casado com Lucy, irmã gémea da Joanna, autora do blog A Cup of Jo. 

Li o post sobre o diagnóstico do cunhado, sobre a crónica que escreveu no New York Times e sobre o luto da sua família. Não ler o livro de Paul não era uma opção. 

A morte é um tema que sempre nos assusta. Perder alguém não tem explicação. Perder alguém que claramente vai cedo de mais também não tem explicação. Ser capaz de escrever um livro nestas condições é extraordinário. 

Paul faz um relato tão bonito e tão intenso sobre a sua vida, as suas escolhas, o seu amor e a sua morte. 

É tocante a forma como escolheu encarar a tragédia que se abateu sobre a sua vida. 

Ler este livro deveria ser obrigatório para todos. Até porque, como ele mesmo escreve, todos nós vamos morrer um dia e o que realmente faz a diferença é como lá chegaremos e a humanidade com que vivemos os nossos dias. 

Paul era um homem bom, no verdadeiro sentido da palavra. Um homem com consciência. Que procurou sempre a verdade do seu caminho e isso não pode deixar de ser louvado. 

Aquilo que mais me prendeu ao livro, para além do forte relato na primeira pessoa foi a sua capacidade de colocar tantas questões, tão importantes para todos nós, num só livro, por vezes numa só frase. 

Talvez todos devêssemos partir de uma única premissa: todos vamos morrer, como posso fazer a minha vida valer a pena? 

Paul e a sua esposa Lucy decidem ter filhos e prolongar o seu amor sobre a forma de uma menina, Cady. 

Foram muitos os trechos deste livro que me emocionaram mas este foi o primeiro que me fez realmente chorar: 

"What are you most afraid or sad about?" she asked me one night as we were lying in bed.
"Leaving you" I told her. 

Paul também fala da sua relação com Deus e com a fé. Fala do seu caminho de raiva, negação e aceitação. 

As últimas paginas deste livro deixaram-me de rastos. Chorei muito. Enfrentar a morte é um acto solitário. Ver alguém morrer também. É algo que nos transforma e nos acompanha e não tem explicação. 

Recomendarei este livro a toda e qualquer pessoa que procure, tal como eu, viver uma vida com significado. Por que no fim, todos vamos morrer, mas o que fazemos da nossa vida é eterno. 



Por fim, uma entrevista com o Dr. Paul Kalanithi. 

Reflexão

Já há algum tempo queria escrever sobre isso mas ainda não tinha encontrado as palavras certas para o fazer. 

Vivemos na era digital onde tudo aquilo que antes era privado virou público e tudo aquilo que seria expectável não aparecer é aquilo que mais é partilhado. 

Ainda que muitos digam que a internet e as redes sociais vieram transformar a nossa sociedade e impor padrões pouco acessíveis eu acredito que a internet só veio expôr aquilo que viver em sociedade é e sempre foi: uma luta. 

Lutamos para ser aceites, lutamos para agradar, lutamos para conviver com os outros, lutamos pelas nossas opiniões, lutamos para mostrar o nosso valor e muitas outras coisas. Mas nesse  caminho, por vezes esquecemos que não somos os únicos a lutar. Esquecemos que nem sempre a nossa luta é a mais importante e que lutar sozinho é muito mais difícil do que acompanhado. 

Esquecemos também muitas vezes que temos que lutar por nós, por aquilo que nos faz feliz e nos preenche. 

E esquecemos também de nos aceitar. Aceitar quem somos, aceitar o nosso corpo, o nosso caminho, aceitar o que construímos e as opções que fizemos ao longo da jornada. 

A pressão é grande. O que estudaste? Onde trabalhas? O que fazes? Que vais fazer nas férias? Para onde vais? Está sol, ficas por cada? E os festivais? E os concertos? Um lista imensa de cobranças que exige de nós um esforço sobre-humano para corresponder às expectativas criadas. Um esforço psicológico e também financeiro. Existe uma sociedade consumista que nos assombra e que por vezes está camuflada e não nos damos conta de como estamos envolvidos por ela. 

Existe um mar de preconceitos, um mar de ideias pré-concebidas daquilo que devemos ser e de como devemos agir. E o que será de nós se não cumprirmos com aquilo que é esperado de nós? 

Mas crescer é muito isso. Entender que apesar de tudo isso que existe desde sempre e vai existir para sempre, a vida é nossa, quem manda nela somos nós e nos cabe a nós decidir o que fazer com ela. 

Digo isto de coração leve e com a certeza que todos os dias cresço um pouco mais e me sinto cada vez melhor na minha própria pele. Não que isso não acontecesse no passado mas é algo que com o tempo se torna mais intenso em mim e talvez eu só esteja mais consciente que esse processo existe e é real. 

Mas este texto tem como proposta ser positivo e constatar que o mundo é o mesmo, a sociedade é a mesma mas nós somos capazes de ser diferente. Temos cabeça para pensar. E isso é mais que uma dádiva. 

Independentemente da sua crença e/ou religião, que a Páscoa ou esse período de feriados e consequentemente descanso sirva para fazermos um pequeno detox daquilo que não nos faz bem e que sejamos capazes de fazer mais e melhor por nós e por quem nos rodeia. 

Feliz Páscoa! 

Filmes na prateleira

O meu fascínio pelos livros e pelo cinema vem da minha profunda admiração pelas pessoas que conseguem tocar o coração de outra pessoa com uma história, uma frase ou apenas algumas imagens. 

Não sou nenhuma expert mas ao longo dos anos fui acumulando alguns filmes amor e que apesar de terem feito parte de fases muito diferentes da minha vida não deixam de fazer sentido até hoje.

Blue Valentine. Não me lembro bem quando me tornei mega fã do Ryan Gosling mas certamente Blue Valentine tem parte da responsabilidade. 


Juno. Girl Power desde sempre. Lembro-me de ter ficado muito impressionada com este filme e sem dúvida fez-me pensar. 


The Perks of Being a Wallflower. O livro é lindo. O filme também. Para mim é obrigatório para todos. 


Captain Fantastic. O mais recente da lista. Filmaço. Quem não viu não sabe o que perde. Não quero dar spoilers mas uma das últimas cenas é das mais perfeitas que já vi.


500 Days of Summer. Preciso dar alguma explicação? Tipo mantra mesmo! 



SOL

Vamos falar da chegada do sol? 

Nasci num país solar, tropical, cheio de cores e vivi mais de metade da minha vida numa cidade à beira mar plantada. 

Não será então surpresa para ninguém que nada me deixa mais feliz que um dia de sol. 

Tenho a sorte de não ser daquelas pessoas que sofrem com a ausência do sol. Até curto bastante uns dias cinzentos e um friozinho básico. Aliás, 70% do sucesso da minha mudança para Inglaterra deve-se ao facto de não me incomodar nada viver largos meses com frio e chuva. 

Eu sei que isso não é válido para todos e cada um sente a mudança das estações de um jeito diferente. 

Mas agora que a primavera chegou é como estar de dieta por meses sem comer um doce e finalmente chegar a um ponto em que te libertas e comes uma fatia do teu doce preferido. 

A chegada do sol é isso para mim. Ele não me faz falta, eu não sofro com a sua ausência, mas quando ele chega é uma delícia.  

A roupa fica mais leve, o ânimo fica lá em cima, os planos começam a ganhar forma e tudo fica melhor. 

Além disso é muito engraçado ver como as pessoas reagem ao sol. De um dia para o outro, estamos todos sentados em esplanadas, de chinelo no dedo e t-shirt como se em pleno Verão estivéssemos. 

Por aqui, a lei é não perder um segundo que seja de sol. E isso só torna as coisas melhores, mais divertidas e também com mais significado. 

Seja bem-vindo Abril. Mesmo que seja de águas mil, já valeu pelo sábado de sol de hoje.