Já há algum tempo queria escrever sobre isso mas ainda não tinha encontrado as palavras certas para o fazer.
Vivemos na era digital onde tudo aquilo que antes era privado virou público e tudo aquilo que seria expectável não aparecer é aquilo que mais é partilhado.
Ainda que muitos digam que a internet e as redes sociais vieram transformar a nossa sociedade e impor padrões pouco acessíveis eu acredito que a internet só veio expôr aquilo que viver em sociedade é e sempre foi: uma luta.
Lutamos para ser aceites, lutamos para agradar, lutamos para conviver com os outros, lutamos pelas nossas opiniões, lutamos para mostrar o nosso valor e muitas outras coisas. Mas nesse caminho, por vezes esquecemos que não somos os únicos a lutar. Esquecemos que nem sempre a nossa luta é a mais importante e que lutar sozinho é muito mais difícil do que acompanhado.
Esquecemos também muitas vezes que temos que lutar por nós, por aquilo que nos faz feliz e nos preenche.
E esquecemos também de nos aceitar. Aceitar quem somos, aceitar o nosso corpo, o nosso caminho, aceitar o que construímos e as opções que fizemos ao longo da jornada.
A pressão é grande. O que estudaste? Onde trabalhas? O que fazes? Que vais fazer nas férias? Para onde vais? Está sol, ficas por cada? E os festivais? E os concertos? Um lista imensa de cobranças que exige de nós um esforço sobre-humano para corresponder às expectativas criadas. Um esforço psicológico e também financeiro. Existe uma sociedade consumista que nos assombra e que por vezes está camuflada e não nos damos conta de como estamos envolvidos por ela.
Existe um mar de preconceitos, um mar de ideias pré-concebidas daquilo que devemos ser e de como devemos agir. E o que será de nós se não cumprirmos com aquilo que é esperado de nós?
Mas crescer é muito isso. Entender que apesar de tudo isso que existe desde sempre e vai existir para sempre, a vida é nossa, quem manda nela somos nós e nos cabe a nós decidir o que fazer com ela.
Digo isto de coração leve e com a certeza que todos os dias cresço um pouco mais e me sinto cada vez melhor na minha própria pele. Não que isso não acontecesse no passado mas é algo que com o tempo se torna mais intenso em mim e talvez eu só esteja mais consciente que esse processo existe e é real.
Mas este texto tem como proposta ser positivo e constatar que o mundo é o mesmo, a sociedade é a mesma mas nós somos capazes de ser diferente. Temos cabeça para pensar. E isso é mais que uma dádiva.
Independentemente da sua crença e/ou religião, que a Páscoa ou esse período de feriados e consequentemente descanso sirva para fazermos um pequeno detox daquilo que não nos faz bem e que sejamos capazes de fazer mais e melhor por nós e por quem nos rodeia.
Feliz Páscoa!
Não imaginas como gostei de te ler, especialmente hoje, este texto fez-me tanto sentido! obrigada e boa Páscoa!
ReplyDeleteQue bom! Fico muito feliz! Feliz Páscoa!!!
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