Parece meio estranho mas esta história já me acompanha há algum tempo.
Acompanho o blog A Cup of Jo há anos e é um dos meus blogs preferidos. A Joanna escreve bem e é sempre muito certeira nos temas que escolhe partilhar.
Por vezes, as suas histórias pessoais, são partilhadas no seu blog de forma sublime e é impossível não se sentir acarinhado pelas suas palavras.
"When Breath becomes Air" é um livro escrito por Paul Kalanithi, um neurocirurgião de 36 anos que é confrontado com cancro de pulmão inoperável. Paul era casado com Lucy, irmã gémea da Joanna, autora do blog A Cup of Jo.
Li o post sobre o diagnóstico do cunhado, sobre a crónica que escreveu no New York Times e sobre o luto da sua família. Não ler o livro de Paul não era uma opção.
A morte é um tema que sempre nos assusta. Perder alguém não tem explicação. Perder alguém que claramente vai cedo de mais também não tem explicação. Ser capaz de escrever um livro nestas condições é extraordinário.
Paul faz um relato tão bonito e tão intenso sobre a sua vida, as suas escolhas, o seu amor e a sua morte.
É tocante a forma como escolheu encarar a tragédia que se abateu sobre a sua vida.
Ler este livro deveria ser obrigatório para todos. Até porque, como ele mesmo escreve, todos nós vamos morrer um dia e o que realmente faz a diferença é como lá chegaremos e a humanidade com que vivemos os nossos dias.
Paul era um homem bom, no verdadeiro sentido da palavra. Um homem com consciência. Que procurou sempre a verdade do seu caminho e isso não pode deixar de ser louvado.
Aquilo que mais me prendeu ao livro, para além do forte relato na primeira pessoa foi a sua capacidade de colocar tantas questões, tão importantes para todos nós, num só livro, por vezes numa só frase.
Talvez todos devêssemos partir de uma única premissa: todos vamos morrer, como posso fazer a minha vida valer a pena?
Paul e a sua esposa Lucy decidem ter filhos e prolongar o seu amor sobre a forma de uma menina, Cady.
Foram muitos os trechos deste livro que me emocionaram mas este foi o primeiro que me fez realmente chorar:
"What are you most afraid or sad about?" she asked me one night as we were lying in bed.
"Leaving you" I told her.
Paul também fala da sua relação com Deus e com a fé. Fala do seu caminho de raiva, negação e aceitação.
As últimas paginas deste livro deixaram-me de rastos. Chorei muito. Enfrentar a morte é um acto solitário. Ver alguém morrer também. É algo que nos transforma e nos acompanha e não tem explicação.
Recomendarei este livro a toda e qualquer pessoa que procure, tal como eu, viver uma vida com significado. Por que no fim, todos vamos morrer, mas o que fazemos da nossa vida é eterno.
Por fim, uma entrevista com o Dr. Paul Kalanithi.
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