Quando decidimos sair do nosso país e enfrentar a empreitada que é ser imigrante, nem sempre nos damos conta da solidão que nos vai acompanhar durante os primeiros tempos.
Quando vivemos num país que não é o nosso, onde nem a língua nem os costumes são os mesmos, nos sentimos muitas vezes muito sós. E não há nada de errado nisso.
Estar só é tão bom quanto estar acompanhada. Na verdade, o truque é encontrar esse equilíbrio.
Quem não gosta de andar pela casa só de t-shirt com a música alta? Quem não gosta de não ter que se preocupar com o almoço ou jantar? Quem não gosta de aproveitar o silêncio para por os pensamentos em ordem? Acredito que todos nós, sem excepção, gostamos e precisamos desses momentos.
Mas é preciso ter cuidado. É preciso saber dosear a nossa solidão, muitas vezes imposta pelas circunstâncias, e não se deixar levar por ela.
Ao mesmo tempo que preciso de estar só e gosto de estar só, também preciso estar acompanhada. Preciso de conversar, dividir, ouvir uma resposta. Preciso do prazer de estar junto. De ser e ter amigos.
Quando imigramos esse é um dos processos mais complicados de ultrapassar. É difícil encontrar pessoas com as quais nos identificamos e com quem nos sentimos confortáveis. Porque todos temos motivos diferentes para estar onde estamos.
É muito fácil nos isolarmos e é preciso lutar contra isso todos os dias.
Sentir falta dos nossos amigos de longa data é bom e muitas vezes nos fazem lembrar o motivo pelo qual nos tornamos amigos há décadas atrás.
Estar sozinha, muitas vezes, me dá espaço para ir além e ver além do que está ao nosso redor.
Porque não é na facilidade que nos fortalecemos mas sim com os desafios e com a descoberta da nossa capacidade de os ultrapassar.
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