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Planos para 2019

2018 foi um ano em que procurei me inspirar em pessoas comuns, com ideias e vidas mais semelhantes à minha. Não digo isto de uma maneira pejorativa. Mas temos sempre a tendência de nos inspirar com o inacessível, com o luxuoso, com aquilo que por vezes faz mesmo parte de um cenário imaginário.

Eu sempre tive uma visão muito positiva do mundo e da minha vida. Sempre levei as coisas de forma leve e procurei sempre que os meus sentissem exatamente esse tipo de vibração da minha parte. Não há nada pior do que estar rodeado de pessoas com os nervos à flor da pele. Além de nos transmitir uma energia negativa também nos da uma sensação de insegurança por não sabermos com o que contar.

Por isso mesmo, em 2018, deixei de lado as inspirações inatingíveis e procurei inspiração em pessoas como eu. Mesmo estilo de vida, mesma forma de vestir, mesmo tipo de corpo, mesmo gostos.

E não posso começar a explicar como isso fez uma diferença enorme na forma como vejo o mundo a minha volta e o meu próprio dia a dia.

Raramente falo sobre este assunto nas redes sociais mas o movimento contra o “Body Shaming” e a favor da inclusão foi e continua sendo tão forte que sinto mesmo vontade de ter a minha própria voz sobre esse assunto.

Para quem me conhece sabe que qualquer coisa relacionada ao meu corpo/peso nunca foi impedimento para que fizesse qualquer coisa.

Mas, para aqueles que não me conhecem, tenho 37 anos, há mais de 4 anos que não me peso e sou um sólido tamanho 16/18 dependendo das marcas. Por isso mesmo, por estar fora do considerado padrão, sinto que posso falar sobre o assunto sem restrições. 

Eu amo moda. As roupas que uso são parte da minha personalidade e da minha forma de expressão e apesar de ter mudado bastante os meus hábitos de consumo, continuo e continuarei a consumir roupa. É importante para mim que isso seja claro, não gosto de pregar algo que não faz parte de mim. 

Não acho aceitável que em 2019 ainda não exista uma maior variedade de marcas produzindo roupa de qualidade, para todos os tamanhos, com preços acessíveis. 

Não acho aceitável que, dependendo das marcas, somos tamanhos diferentes porque não existe uma padronização dos tamanhos reais.

Não acho aceitável que marcas tão grandes como as fast fashion, produzam 4, 5 ou 6 colecções miseráveis, de pouquíssima qualidade, a um custo ambiental tremendo, proporcionando às mentes mais susceptíveis a sensação de é necessário consumir mais e mais e mais. Isto tem uma relevância enorme na formação dos jovens. 

Não acho aceitável que em 2019, seja necessário juntar todas as vozes possíveis para que nos façamos ouvir.

Os padrões da sociedade em que vivemos há muito que deveria ter sido questionado com mais veemência. Há muito tempo que esta discussão deveria estar aberta e escancarada.

Somos todos culpados do mesmo. Não queremos ser cobrados mas cobramos. Não queremos ser julgados mas julgamos.

Há muito tempo que penso nisto e há bastante tempo que acredito que se todos fizermos a nossa parte, os nossos filhos viverão num mundo melhor. 

Mais justo, mais igual, menos superficial. Acho importante iniciar a conversação sobre o que se passa à nossa volta e mesmo que a minha plataforma seja pequena, é preciso começar. 

Vamos conversar? 


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