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Até já Lisboa.

2015 tem sido uma montanha russa de sentimentos. Uns bons outros maus. Comecei o ano sem uma das pessoas mais importantes da minha vida. O meu pai. A minha referência masculina. O cliché do homem da minha vida confere. Éramos iguais e continuamos a ser é claro. Mas tal como ele, apesar de muito lamechas sou muito pratica e meti na cabeça que a vida continua (porque continua mesmo!) e rumei ao Brasil, com a melhor companhia do planeta, a minha mãe. Levantamos vôo apreensivas mas aterrámos cheias de expectativas. Afinal, tinhamos acabado de chegar ao Rio de Janeiro, a cidade maravilhosa. Caramba. O Rio é lindo. É tudo aquilo que vemos na tv. Caramba o Rio de Janeiro, a terra dele, é ainda mais bonita do que eu imaginava. Passaram 3 meses, muita papelada, muito stress, muitas amizades boas, almoços, jantares, dias inteiros de passeio e o dia de voltar chegou. Saimos do Rio com o coração cheio de pessoas bonitas e novamente apreensivas pelo futuro. Tinha muitas saudades de Lisboa. Chegar a Lisboa foi como uma lufada de ar fresco neste ano confuso. Vi Lisboa pela primeira vez como se nunca a tivesse conhecido e me apaixonei por ela novamente. Mais 3 meses se passaram. O Verão passou, as saudades foram se acalmando com os aniversarios, batizados, reunioes de amigos, tanta coisa boa. Mas sabíamos que ainda tínhamos alguns passos para dar. Queríamos experimentar coisas novas, ver outros lugares. Londres era uma escolha óbvia e por isso mesmo tão certeira. Nunca tivemos dúvida sobre o destino. Só muitas dúvidas sobre todas as outras coisas. Mudar de país não é tarefa fácil. Mesmo que não seja definitivo, mesmo que a intenção seja manter um ninho em Lisboa, nunca sabemos o que o futuro nos reserva. E é assim que viajamos. De peito aberto a tudo de bom que nos possa acontecer. Com a certeza que apesar de algumas coisas se perderem com a mudança há tantas outras coisas que se ganham. A possibilidade de se reinventar é infinita. Como se o ano novo estivesse ali, ao virar da esquina, com 365 novos dias em branco. Saí do meu país aos 9 anos. Imigrei com os meus pais, contente da vida com a mudança. Saio novamente de um país que já considero como meu aos 34, contente da vida com a mudança. Termino este post com um frio na barriga. Daqueles bons. Daqueles que antecedem coisas extraordinárias. Até já Lisboa. Londres já está à minha espera.

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